Oi queridos, tudo bem?
Como é que vocês estão nesta segunda-feira?
Eu ainda estou me recuperando da grande perda da minha querida Meri, na semana passada. Uma perda irreparável tanto para mim, que a conhecia há 12 anos, quanto para a empresa. Para quem não sabe, a Meri fazia o atendimento aos Jornadeiros. E na sexta-feira foi também o aniversário da minha mãezinha querida e ainda tivemos o episódio da fuga da Thai, que felizmente foi encontrada sã e salva.
Muito obrigada a todos que enviaram suas mensagens de carinho e conforto. Tenham certeza, me ajudaram muito a acalmar o coração.
É, meus amigos queridos, o luto não é um processo fácil e todos nós somos obrigados a passar por ele.
E quando a gente fala em mudar de país também estamos sujeitos a vivenciar o luto. Afinal, não deixa de ser uma grande perda. Deixamos tudo e todos para trás; família, amigos, lugares e objetos. O luto é um processo que não é fácil e se torna um sentimento muito particular de cada pessoa. Há pessoas que conseguem digerir melhor situações que envolvem a perda, mas há outras que podem levar muito tempo para superar essa fase.
O primeiro passo para vencer o luto da mudança de país é acreditar que, apesar de ter perdido o que havia construído até hoje, você vai passar a ganhar novas experiências. Um ponto muito importante: nada será como antes, e não tem de ser. Quem muda de país perde a vida que tinha no outro país, mas ganha uma nova vida no novo país.
É preciso levar conosco dentro da nossa bagagem tudo o que nos fez bem, o que nos permitiu chegar até ali. E também é preciso aceitar essa perda para estarmos totalmente disponíveis para uma nova realidade. Aceitar a mudança ajuda a colocar fim ao luto.
A família e os amigos irão conosco dentro do nosso coração, e no WhatsApp também. Levamos também todas as experiências que nos transformaram, todas as aprendizagens que tivemos. Mas também perdemos algumas pessoas que faziam parte do nosso dia a dia, alguns locais que já eram habituais, a casa onde vivíamos e que era o nosso lar.
No começo sentimos medo de ficarmos sozinhos e sem suporte, medo de não conseguirmos nos adaptar, medo de não darmos conta e termos que voltar ao país de origem, além do medo de perdermos nossa individualidade e nossa percepção de quem somos. Estes medos precisam ser superados porque podem atrapalhar o processo de luto.
Para conhecer o novo país, devemos aprender a andar pela cidade, explorar o que o país nos proporciona, conhecer projetos sociais de suporte ao imigrante, conhecer o sistema de saúde, conhecer os lugares turísticos e as práticas de lazer. É legítimo ficar triste pelas perdas, mas é imprescindível despertar a curiosidade para desvendar o novo país.
Muitos imigrantes perdem seu status social ao imigrar, seja porque não conseguiram exercer a mesma profissão e tiveram que começar algo novo, ou porque tiveram que aceitar uma posição abaixo da que tinham no país de origem. É preciso levar em conta que o status social também muda conforme o país. E isso é muito frequente para os brasileiros que escolhem mudar para Portugal.
Enfim, não podemos fechar os olhos para o luto ao mudar de país. Isso é um fato, mas é uma fase do processo de mudança que pode ser absolutamente superada se você estiver disposto a acolher o novo.
Você está preparado?
Bora acionar o pensamento positivo e começar mais uma semana.
Beijo gigante!
Pati.