| 10.07.2023 |

Como você enxerga o seu futuro em Portugal?

Oi queridos, tudo bem?

Como é que vocês estão nesta segunda-feira?

Eu espero que vocês tenham passado um excelente final de semana.

Hoje eu quero começar este email contando uma história que me deixou muito emocionada. A história de uma mulher forte, guerreira e brasileira.

A esteticista Evone Santos tem 45 anos e, em 2002, embarcou para Portugal através de uma iniciativa para a imigração, criada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Naquele momento, a rondoniense não acreditava que seria possível uma mulher negra, pobre e brasileira ter acesso à oportunidade de cruzar o oceano e viver em terras lusitanas.

Foram justamente as portas fechadas para as oportunidades no Brasil que motivaram Eva, como é chamada pelos amigos, a aceitar o desafio de morar em Portugal.

Hoje Eva define esse processo como uma libertação. Mas nem por isso sua chegada nem tampouco seus primeiros meses em Portugal foram fáceis.

O primeiro susto foi com as diferenças culturais do país em relação ao Brasil. Mesmo com a proximidade entre o português do Brasil e o português de Portugal, Eva quase não compreendia o que os moradores de Lisboa diziam.

No primeiro mês, ela ficou morando com o irmão mais velho que mal conhecia, pois ele havia saído de casa aos 13 anos. Dali, já empregada, conseguiu finalmente alugar um quarto. E foi assim, ao longo de três anos, quando então, pôde realizar o sonho de morar sozinha e ser dona do próprio espaço.

Dez anos depois de ter deixado o banco da escola, a jovem sonhadora que tinha estudado até o segundo grau formou-se em serviço social em Portugal e, depois, concluiu o mestrado em políticas sociais.

A assistente social, especialista em políticas públicas e, agora, esteticista, hoje tem certeza de que fez a escolha correta há 21 anos.

Percebem como a tomada de decisão pode influenciar toda uma vida?

Nem Rondônia, nem o Brasil cabiam mais dentro dos sonhos de Eva e ela escolheu recomeçar uma nova vida em Portugal, mesmo ciente de todas as dificuldades que iria encontrar pela frente.

O que Eva fez há 21 anos foi dar uma nova chance ao seu futuro.

Ela cansou de tentar abrir as portas que permaneciam sempre fechadas e aceitou a oportunidade que passou bem na sua frente.

Eu não tenho a menor dúvida que durante esse processo de recomeço o que fez toda a diferença no processo de adaptação para a Eva foi a coragem. É a coragem que ajuda a desviar o olhar quando o medo chega.

E o medo surge inúmeras vezes durante o processo de mudança.

O medo de não estar fazendo a escolha certa, o medo de deixar para trás tudo o que você construiu, o medo do novo, do incerto, da adaptação, enfim, são muitos medos.

Eva escolheu a coragem.

E você?

A história da Eva foi publicada neste domingo, numa reportagem do Correio Braziliense, da qual eu tive o prazer de participar também e contribuir como referência em imigração.

Recomendo fortemente que você leia a reportagem e conheça outras histórias de pessoas que tiveram a coragem de recomeçar em Portugal.

Está tudo aqui, neste link: https://bit.ly/IMPRENSACB0907

Bora começar mais uma semana com muita determinação?

Beijo gigante!

Pati.